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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Porque a bíblia possui apenas 66 livros se vários outros livros eram tidos como relevantes na era apostólica? - Jeovah Mendes


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Entrevista e Legenda: Equipe Deus em Debate.

CRITÉRIOS PARA A UNANIMIDADE
— Como foi que os primeiros líderes da igreja determinaram quais livros seriam autorizados e quais deveriam ser excluídos? — perguntei. — Que critérios foram utilizados para saber que documentos deveriam ser incluídos no Novo Testamento?

—A igreja primitiva tinha basicamente três critérios — disse ele. — Em primeiro lugar, os livros tinham de ter autoridade apostólica, quer dizer, tinham de ter sido escritos ou pelos próprios apóstolos, que foram testemunhas oculares acerca do que escreveram, ou por seus seguidores. Portanto, no caso de Marcos e Lucas, embora não pertencessem ao grupo dos 12, diz uma antiga tradição que Marcos foi ajudante de Pedro, e Lucas, companheiro de Paulo.

Em segundo lugar, havia o critério de conformidade com o que era conhecido como regra de fé. Isto é, o documento estava em harmonia com a tradição cristã básica que a igreja reconhecia normativa. E, em terceiro lugar, procurava-se estabelecer se um documento em especial gozara de aceitação e uso contínuos por toda a igreja.

— Eles simplesmente aplicavam esses critérios e pronto? — perguntei.

— Bem, não seria muito correto dizer que esses critérios eram simplesmente aplicados de modo automático — respondeu Metzger. — É claro que havia diferentes opiniões sobre quais critérios deveriam pesar mais. O que chama mais a atenção, porém, é que, apesar de a periferia do cânon ter permanecido instável durante algum tempo, havia um alto grau de unanimidade no tocante à maior parte do Novo Testamento durante os dois primeiros séculos. Foi o que aconteceu em diversas congregações espalhadas em uma área muito ampla.

— Então — eu disse — os quatro evangelhos que temos no Novo Testamento pautaram-se por esses critérios, ao passo que os outros não?

— Sim — confirmou Metzger. — Foi, se é que se pode falar assim, como se fosse uma espécie de "sobrevivência do mais apto". Quando se referia ao cânon, Arthur Darby Nock costumava dizer aos seus alunos em Harvard: "As estradas de maior trânsito da Europa são as melhores; por isso o trânsito é tão intenso". É uma boa analogia. O comentarista britânico William Barclay formulou o pensamento da seguinte maneira: 'A verdade pura e simples é que os livros do Novo Testamento entraram para o cânon porque não havia como impedi-los de entrar". Podemos estar certos de que nenhum outro livro antigo pode se comparar ao Novo Testamento em termos de importância para a história ou a doutrina cristãs. Quando estudamos a história primitiva do cânon, saímos convencidos de que é no Novo Testamento que encontramos as fontes mais fidedignas para a história de Jesus. Os que fixaram os limites do cânon tinham uma perspectiva clara e equilibrada do evangelho de Cristo. Leia os outros documentos e veja por si mesmo. Eles foram escritos depois dos quatro evangelhos, nos séculos II a VI, muito tempo depois de Jesus, e, em geral, são muito banais. Seus nomes, como o Evangelho de Pedro e o de Maria, não correspondem aos autores verdadeiros. Por outro lado, os quatro evangelhos do Novo Testamento foram prontamente aceitos com notável unanimidade como portadores de conteúdo autêntico.
Trecho do Livro EM DEFESA DE CRISTO, de Lee Strobel.

2 comentários

Conhecereis a Verdade disse...

Para complementar podem ler o artigo do Dr. Fernando D. Saraví A formação do cânon do Novo Testamento.

Henrique Rossi disse...

Perdoe-me, uma correção: os pais da Igreja legaram à civilização ocidental um total de 73 livros. Passados aproximados mil e quinhentos anos, Martinho Lutero, inspirado pelo judaísmo, resolveu retirar 7 livros das Escrituras. Ou seja, por 1500 anos o povo de Deus foi unânime em afirmar que a Bíblia era composta por 73 livros.

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