1) Como surgiu o Deus em Debate?
O blog Deus em Debate surgiu de nossa indignação e perplexidade ao perceber que os cristãos brasileiros, ao serem assediados pelas controvérsias e perguntas feitas por outras filosofias e religiões, têm recuado para uma mentalidade anti-intelectual que afirma: "Nós conhecemos a Deus apenas pela fé, não precisamos de argumentos racionais e evidências a favor do Cristianismo."
Nós não discordamos de que a fé (não embasada nas evidências, mas na experiência de Deus) seja a maneira principal como uma pessoa sabe que o Cristianismo é verdadeiro. Nós discordamos da postura que o Cristianismo tem assumido em relação ao intelectualismo, não buscando saber Em quê acreditamos como cristãos e por que cremos no Cristianismo. O resultado dessa postura é que muitos cristãos, diante das controvérsias de outras religiões e filosofias, ficam indefesos (têm sua fé abalada) e infrutíferos (não são capazes de defender apropriadamente o Evangelho).
Assim, nós (Lucas Maria e Yago Martins, autores deste Blog), decidimos disponibilizar bons materiais apologéticos para que cristãos e não-cristãos saibam em quê acreditamos como cristãos e por que cremos no Cristianismo.
(2) Quais os objetivos desse projeto?
O blog Deus em Debate tem como objetivo fornecer à arena pública uma inteligente, articulada e não comprometida (porém graciosa) perspectiva Cristã sobre as mais importantes questões que relacionam a verdade da Fé concernente ao Cristianismo de hoje, como:
- A existência de Deus;
- O sentido da vida;
- A objetividade da verdade;
- Os fundamentos dos valores morais;
- A criação do Universo;
- Design inteligente;
- A confiabilidade dos evangelhos;
- O caráter único de Jesus;
- A historicidade da ressurreição;
- O desafio do pluralismo religioso.
Nossa meta é apresentar obras filosóficas, teológicas e científicas (artigos, vídeos, etc.) a fim de cumprir essa tríplice missão:
- Fornecer à arena pública uma articulada e inteligente voz para o Cristianismo bíblico;
- Desafiar os descrentes com a verdade do Cristianismo bíblico;
- Treinar cristãos para declarar e defender as verdades do Cristianismo com grande efetividade.
(3) Quem são os editores?
Lucas da Silva Maria
Nascido em um lar cristão, tive uma experiência de profunda convicção de pecado e perdão quando ouvi o Evangelho — pasmem — aos três anos de idade.
Tendo vivido por mais de 15 anos em um contexto cristão onde minha fé nunca havia sido desafiada, fiquei apreensivo ao ingressar na Universidade Federal de Rio Grande para cursar Biologia. Foi dito que uma grande porcentagem dos cristãos que entram na Universidade torna-se ateísta, e eu estava cingido e preparado para qualquer forma de filosofia que fosse me separar de meu amado Senhor. Eu estava, de certa forma, me retirando para o refúgio do fanatismo, disposto a negar qualquer evidência que qualquer evolucionista, filósofo ou psicólogo me apresentasse contra minha fé em Cristo.
Mas, após alguns semestres na Universidade, percebi como são débeis os argumentos das religiões e filosofias não-cristãs! Elas não passam de declarações de fé, o que me fez mais ousado para refletir intelectualmente sobre elas.
Hoje, depois de ter percorrido uma jornada de argumentos e evidências que durou toda minha graduação em Biologia e parte do meu mestrado em Limnologia, concluí que o cristão está plenamente em seus direitos racionais de crer em Cristo Jesus e espero poder incentivar cristãos e não-cristãos a pensar racionalmente sobre Deus e o sentido da vida, como eu fiz.
Yago Martins
Nascido bem longe da Fé, nunca tive um contato real com Cristo até os 14 anos de idade, onde fui regenerado por Cristo através da pregação de um amigo. Por dois anos fui o que podemos chamar de "fundamentalista", onde, sempre que minha Fé era atacada, eu apelava para argumentações piegas baseadas em uma fé cega.
Quando cheguei ao meu 3º ano do Ensino Médio, minha fé foi fortemente confrontada com as críticas ateístas oriundas tanto de colegas de escola como de professores. Neste contexto, me vi despreparado para fazer uma defesa intelectual da Fé Cristã. O pior era que minha busca por um bom material de apoio no assunto sempre era frustrada.
Junto com uma grande reforma teológica, uma grande mudança do que eu acreditava sobre apologética ocorreu em minha vida. Hoje, cursando Ciências Contábeis na Universidade Federal do Ceará, fico feliz em puder ajudar outros cristãos a passarem pelo que passei de um modo que venha a glorificar mais ao Criador do Universo.
(4) Como eles se definem teologicamente?
O blog segue padrões reformados. Cremos nos 5 Solas da Reforma (Sola Gratia, Sola fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Soli Deo Gloria) e nos 7 pontos do Novo Calvinismo (Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível, Perseverança dos Santos, Dupla Predestinação e o Melhor do Mundos Possíveis).
Embora existam outros pontos que concordemos e discordemos, são esses pontos que cremos que devem regular nosso blog, mesmo que (raramente) postemos algo que vá, levemente, de encontro com algum destes pontos.
(5) Quem é o principal apologista cristão que está publicado no blog?
O Principal, podemos dizer, é William Lane Craig. A Wikipédia o define como nós não poderíamos fazer:
"William Lane Craig é um filósofo, teólogo, historiador do Novo Testamento e apologista cristão norte americano. Ele é autor e conferencista sobre temas relacionados com a filosofia da religião, o Jesus histórico, a coerência da visão de mundo cristã, e a teologia natural. É professor de Filosofia na Faculdade de Teologia Talbot da Universidade Biola em La Miranda, Califórnia. É Ph.D em Filosofia pela Universidade de Birmingham, Inglaterra e Ph.D em Teologia pela Universität München, na Alemanha."
(6) A Igreja Cristã atual está preparada para defender a sua fé com inteligência e bons argumentos?
Não.
Quando lemos o livro de Atos dos Apóstolos, é evidente que era o procedimento padrão dos apóstolos usar argumentos para mostrar a veracidade da visão de mundo cristã, tanto com judeus quanto com pagãos (Atos 17:2–3, 17; 19:8; 28:23–24). Ao lidar com audiências judaicas, os apóstolos apelavam para as profecias cumpridas, os milagres de Jesus e especialmente a ressurreição de Jesus como evidências de que Ele era o Messias (Atos 2:22–32). Quando eles confrontavam audiências gentílicas que não aceitavam as Escrituras Judaicas, os apóstolos apelavam para a engenhosidade das obras de Deus na natureza como evidência da existência de um Criador (Atos 14:17). Então, era feito um apelo ao testemunho ocular da ressurreição de Jesus para mostrar especificamente que Deus havia se revelado na pessoa de Jesus Cristo (Atos 17:30–31; 1 Cor. 15:3–8).
Hoje, a maioria dos cristãos abandonou esse padrão racional e argumentativo de apresentar a verdade do Evangelho. Em vez de enfocar as evidências e a Verdade, os cristãos se preocupam mais em ganhar pessoas para Cristo lidando com suas necessidades pessoais emotivas e provendo-lhes entretenimento. Muitos acreditam que a fé de uma pessoa depende APENAS de ela ouvir a palavra de Deus e ter uma revelação sobrenatural de que esta é verdade (Rom 10.17), mas esquecem que devemos também estar prontos para responder com mansidão e temor a qualquer que nos pedir a RAZÃO da esperança que há em nós (1 Pe 3:13).
O resultado desse desencontro entre FÉ e RAZÃO é que muitos cristãos se tornaram intelectualmente inativos e sequer sabem em quais doutrinas o Cristianismo acredita e porque o Cristianismo as prega. Assim, o impacto da pregação deles sobre os descrentes é negativo e não glorifica a Deus.
(7) Que mensagens vocês deixam para aqueles que estão buscando se tornar bons apologistas?
Existem longos textos de grandes apologistas sobre o assunto, mas temos sete e rápidas dicas:
1. Leia bons livros cristãos que não sejam de ficção;
2. Lute desesperadamente para manter sua teologia saudável, coerente e bíblica;
3. Estabeleça prioridades;
4. Aprenda a administrar seu tempo;
5. Saiba que sua batalha intelectual é, antes de tudo, espiritual;
6. Participe de um grupo de estudo sobre apologética com pessoas que amem o Senhor, que estimem a Bíblia e que não tenham medo de refletir sobre questões difíceis (e evangelize com essas pessoas, não deixe sua apologética na gaveta);
7. Viva em uma contínua santificação.