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terça-feira, 20 de abril de 2010

[Parte 01] Inerrância e Ressurreição: Que fontes fora do cânon confirmam as afirmações sobre Jesus? - William Lane Craig


O Artigo original tinha como título "Inerrância e Ressurreição". O mesmo foi dividido em partes e postado separadamente como respostas às algumas perguntas levantadas sobre o debate entre William Lane Craig & Bart D. Ehrman.

PERGUNTA:
Que fontes externas (fora do cânon) existem para sustentar a morte, o sepultamento, a ressurreição em forma corpórea de Jesus e sua ascensão aos céus?

DR. CRAIG RESPONDE:
Na verdade, existem várias fontes extra-canônicas que sustentam a morte, o sepultamento e a ressurreição, fontes as quais eu suspeito que você nunca tenha pensado. Você está pensando em fontes extra-canônicas posteriores, como Josefo e Tácito. Mas as fontes extra-canônicas realmente interessantes são as antigas, ou seja, as fontes usadas pelos próprios escritores do Novo Testamento. Mas, antes que você diga “falta!” você precisa refletir que essas fontes não estão as próprias no cânon, mas são ainda mais próximas dos eventos que os livros canônicos. Essas são, portanto, o centro do estudo histórico sobre Jesus hoje, não as fontes extra-canônicas posteriores. Honestamente, se você está focando em quais fontes extra-canônicas posteriores existem sobre Jesus, você realmente está perdendo o barco.

Quais são algumas dessas fontes? A história da Paixão usada por Marcos, fórmula citada por Paulo em I Cor. 15.3-5, a fonte especial de Mateus chamada de M, a fonte especial de Lucas chamada de L, e assim por diante. Algumas delas são fontes incrivelmente antigas (o que ajuda a responder sua segunda pergunta). A história da paixão pré-Marcana provavelmente data dos anos 30 e é baseada nos depoimentos de testemunhas oculares, e a fórmula pré-Paulina em I Cor. 15.3-5 foi datada de alguns poucos anos ou até meses depois da morte de Jesus. Eu acho que você pode ver porque essas fontes são realmente interessantes, não algum relato posterior de Josefo.

Ora, essas fontes fornecem um testemunho abundante e independente para a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus. Referências posteriores a Jesus pelo historiador romano Tácito, o historiador judeu Josefo, o escritor sírio Mara bar Serapion, escritos rabínicos e autores cristãos extra-bíblicos confirmam o que os documentos do Novo Testamento nos contam sobre Jesus, mas não nos dão nada de realmente novo. Você pode encontrar essas fontes citadas e discutidas no excelente livro de R.T. France “The Evidence for Jesus” (A Evidência para Jesus - 1986) ou no definitivo livro de Robert Van Voorst “Jesus Outside the New Testament” (Jesus Fora do Novo Testamento – 2000). Porém, não será estas fontes posteriores a chave para o historiador, mas os próprios documentos do Novo Testamento e suas fontes.

O que me leva a fazer essa pergunta a você: porque você está interessado em fontes extra-canônicas em vez de nos próprios documentos-fonte primários? A sua própria pergunta não revelaria um preconceito de que os documentos do Novo Testamento não são confiáveis? Mas, se essas são fontes fora do Novo Testamento que falam de Jesus, ah, essas são evidências de verdade!

Você precisa ter em mente que originalmente não havia um livro chamado de “Novo Testamento.” Havia apenas esses documentos separados vindos do primeiro século, coisas como o Evangelho de Lucas, o Evangelho de João, os Atos dos Apóstolos, a carta de Paulo à igreja em Corinto, Grécia, e assim por diante. Foi apenas alguns séculos depois que a igreja oficialmente reuniu todos esses documentos sob uma capa, que veio a ser conhecida como o Novo Testamento. A igreja apenas incluiu as fontes mais antigas que eram mais próximas a Jesus e aos discípulos originais e deixou de fora os relatos secundários, como os evangelhos apócrifos, que todo mundo sabia serem falsos. Então, na própria natureza do caso, as melhores fontes históricas foram incluídas no Novo Testamento. Pessoas que insistem em evidências que vêm apenas de escritos externos ao Novo Testamento não entendem o que estão pedindo. Eles estão exigindo que ignoremos as fontes primárias mais antigas sobre Jesus em favor de fontes que são posteriores, secundárias e menos confiáveis, o que é simplesmente uma loucura de metodologia histórica.

A verdadeira pergunta é, qual é a confiabilidade dos documentos sobre a vida de Jesus que vieram a ser incorporados no livro que agora chamamos de Novo Testamento? Isso nos leva à sua segunda pergunta.


WILLIAM L. CRAIG RESPONDE PERGUNTAS IMPORTANTES SOBRE O DEBATE

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