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quinta-feira, 22 de abril de 2010

[Parte 03] Inerrância e Ressurreição: O que dizer de outros pagãos operadores de milagres? - William Lane Craig


O Artigo original tinha como título "Inerrância e Ressurreição". O mesmo foi dividido em partes e postado separadamente como respostas às algumas perguntas levantadas sobre o debate entre William Lane Craig & Bart D. Ehrman.

PERGUNTA:
O que dizer de outros pagãos operadores de milagres como Honi, o Desenhista de Círculos; Hanina ben Dosa e Apolônio de Tiana? O fato de esses pagãos operarem milagres similares ao de Jesus não tira o crédito de Jesus como operador de milagres?

DR. CRAIG RESPONDE:
Antes de tudo, esses não eram pagãos operadores de milagres.  Honi e Hanina ben Dosa foram homens santos judeus que também reputados como operadores de milagres. Longe de diminuir a historicidade dos relatos do evangelho, a existência de tais figuras sustenta a credibilidade dos relatos do evangelho sobre o ministério de Jesus como um operador de milagres, uma vez que mostra que essa atividade existia no contexto do Judaísmo do primeiro século e sua atribuição a Jesus não é o resultado da influência dos chamados “homens divinos” da mitologia pagã.

As histórias dos milagres de Jesus são tão amplamente representadas em todos os estratos das tradições do evangelho que seria fantasioso não considerá-las como enraizadas na vida de Jesus. Assim, o consenso acadêmico sobre o Novo Testamento é o de que Jesus realmente exerceu um ministério de operação de “milagres” — porém alguém pode querer interpretar ou explicá-los. No final de seu longo e detalhado estudo sobre os milagres de Jesus, John Meier conclui:

A atestação abrangente da figura de Jesus como um curador de enfermidades físicas e doenças é, então, ainda mais forte do que a atestação de sua atividade como um exorcista... Em suma, a declaração de que Jesus atuou como e foi visto como um exorcista e curador durante seu ministério público, tem tanta corroboração histórica quanto qualquer outra declaração que podemos fazer sobre a história de Jesus. (Meier, A Marginal Jew, 2: 969-70, grifo de Craig).

Os milagres de Jesus, assim como seus exorcismos, foram considerados como sinais do Reino vindouro de Deus. Como tais, eles funcionaram de maneira fundamentalmente diferente das maravilhas realizadas por mágicos helenistas ou homens judeus santos. Além disso, os milagres de Jesus diferiam dos de Honi e Hanina em que Jesus nunca ora para que um milagre seja feito; ele pode antes expressar agradecimento ao Pai, mas então ele mesmo o efetua. E ele faz isso em seu próprio nome, não no de Deus. Além disso, nem Honi nem Hanina exerceram um ministério profético, fizeram declarações messiânicas ou trouxeram algum novo ensino em conjunto com seus milagres. Assim, Jesus é mais do que apenas outro homem judeu santo e carismático.

Quanto a Apolônio de Tiana, essa é uma figura construída em grande parte por Filóstrato séculos depois como um deliberado contraponto ao Cristianismo. A igreja havia se tornado bem grande e influente naquela época, então Filóstrato construiu Apolônio como uma alternativa pagã a Jesus. Como pode isso diminuir de qualquer forma a credibilidade histórica dos relatos do Evangelho sobre os milagres de Jesus?


WILLIAM L. CRAIG RESPONDE PERGUNTAS IMPORTANTES SOBRE O DEBATE

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